Um ano atípico, mas de muito compartilhamento
- Fundação Beneficente Lucas Araújo
- 20 de jan. de 2021
- 3 min de leitura

Projeto Residências Compartilhadas precisou se reinventar em 2020 e aprender novas formas de interagir e trocar experiências
Um tem a moradia. O outro a vontade de colocar em prática o que aprende em sala de aula. Os dois dão forma ao Projeto Residências Compartilhadas, parceria entre a Universidade de Passo Fundo (UPF) e a Fundação Beneficente Lucas Araújo. Em funcionamento desde 2019, o Projeto precisou se reinventar em 2020. Com a pandemia do Coronavírus, a suspensão das atividades do Lar da Menina Pe. Paulo Farina e as restrições de contato com os atendidos na Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) São João XXIII e São José impediram que diversas ações fossem feitas. Contudo, a nova realidade não impediu que os acadêmicos e colaboradores desistissem de partilhar, aprender e ensinar.
A iniciativa tem como objetivo ampliar as condições de permanência e de conclusão da educação superior, por meio da viabilização de moradia, aos estudantes regularmente matriculados e frequentes dos cursos de graduação da UPF, no campus de Passo Fundo. Isso ocorre com a oferta, aos selecionados, de apartamentos e/ou quitinetes, disponibilizados pela Fundação Lucas Araújo, uma vez que a Entidade tira boa parte da sua subsistência por meio de locações residenciais.
Aprender para além da formação acadêmica
Com a chegada da pandemia e o cancelamento de ações, os acadêmicos envolvidos, bem como a direção da Fundação e a coordenação do Projeto pela UPF, precisaram pensar novas possibilidades. Foi assim que os estudantes buscaram em outras ferramentas o caminho para continuar prestando serviços em troca do compartilhamento das residências.
Cursando Odontologia, Patrick Augusto Lima da Silva, conta que o Projeto foi uma oportunidade para que ele pudesse ter o suporte para morar em Passo Fundo e também para vivenciar o convívio social. “Foi e tem sido uma experiência muito boa. Acredito que a pandemia tenha dificultado um pouco nossas atividades, mas seguimos realizando o que foi possível com as restrições sanitárias adequadas”, observa.
Como nem sempre as atividades permitiam o contato, no Lar da Meninas eles aproveitaram para realizar pinturas, deixando o ambiente mais acolhedor. Na ILPI, além de auxiliar em ações externas, ele pode atuar no consultório odontológico, auxiliando na limpeza oral dos pacientes.
Para Gabriela Marques Lara, acadêmica de Psicologia, a experiência tem sido desafiadora, mas gratificante. Nos momentos em que não é permitido o contato com os idosos e, enquanto as crianças não retornam, eles já colocaram a mão na massa para realizar a revitalização dos parquinhos, organização dos jardins e pinturas. Para ela, uma troca rica que só traz aspectos positivos. “O programa é a garantia da minha permanência na Universidade, por justamente proporcionar a moradia. Nesse sentido tem total importância na minha vida acadêmica”, frisa.
Construção coletiva e apoio mútuo
O diretor da Entidade, Luiz Costella, destaca que, de maneira geral, 2020 foi um ano bastante difícil para a Fundação. Ele pontua que, ao atender um dos públicos mais sensíveis da pandemia, os idosos, a Entidade precisou repensar processos, estratégias, procedimentos e regras. Contudo, ao contar com parcerias como as firmadas com a UPF, os desafios foram aos poucos sendo vencidos. “Esse projeto, em especial, é uma ação de apoio mútuo entre as instituições, permitindo aos estudantes uma oportunidade de colocar em prática o conteúdo aprendido em sala de aula e, com isso, ter um auxílio financeiro para residir. Não foi fácil incluí-los nas novas rotinas, mas tivemos a sorte de contar com estudantes com o espírito de solidariedade e humanidade t&at ilde;o importantes neste momento”, destaca.
Para Silvana Ribeiro, responsável pela permanência estudantil na UPF, o Projeto visa facilitar o acesso e a continuidade da vida acadêmica na UPF e, mesmo em situações atípicas, como a vivida em 2020, cumpriu seu objetivo. “Temos vários estudantes que moram em outras cidades e que estudam aqui. Além disso, vários estudantes relatam os desafios de morar de aluguel. Por isso, pensamos em oportunizar essa parceria, uma vez que a Fundação trabalha com aluguel de apartamentos e precisa, em suas ações, de ajuda e parcerias”, relata.
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